TSE cancela envio de especialistas para acompanhar eleições na Venezuela após críticas do presidente venezuelano à auditabilidade do sistema eleitoral brasileiro
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anunciou nesta quarta-feira (24) a decisão de cancelar o envio de dois especialistas em sistemas eleitorais para acompanhar as eleições presidenciais na Venezuela, marcadas para o próximo domingo (28). A medida foi tomada após o presidente venezuelano Nicolás Maduro, que busca a reeleição, questionar a auditabilidade das eleições brasileiras durante um comício. O convite havia sido feito pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela.
O envio de representantes do TSE para observar eleições em outros países é uma prática comum e reflete o compromisso do tribunal com a transparência e a cooperação internacional. Em contrapartida, o Brasil também recebe delegações internacionais durante seus processos eleitorais. Contudo, as recentes declarações de Maduro, que alegou que as eleições no Brasil não são auditadas, foram recebidas com indignação pelo TSE.
Em nota oficial, o TSE reafirmou a segurança e a auditabilidade das urnas eletrônicas brasileiras, classificando as falas de Maduro como falsas. “Em face de falsas declarações contra as urnas eletrônicas brasileiras, que, ao contrário do que afirmado por autoridades venezuelanas, são auditáveis e seguras, o Tribunal Superior Eleitoral não enviará técnicos para atender convite feito pela Comissão Nacional Eleitoral daquele país para acompanhar o pleito do próximo domingo", declarou o tribunal.
O ambiente eleitoral na Venezuela já estava sob escrutínio devido a denúncias de prisões de opositores e restrições à liberdade de imprensa e de observadores internacionais. A decisão do TSE é um reflexo da postura firme do Brasil em defender a integridade e a transparência de seu processo eleitoral, além de uma resposta direta às tentativas de desqualificação de seu sistema por parte de autoridades estrangeiras.